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O conjunto de oleiras que integram o Centro de Artes e Ofícios (CAO), resulta de sucessivas residências artísticas desenvolvidas em Cabo Verde que integraram várias oleiras na região de Trás di Munti, na ilha de Santiago – Cabo Verde. O seu envolvimento com projectos de reabilitação na área das técnicas tradicionais de produção artística (cerâmica, cestaria e panaria) favoreceu social e economicamente o ressurgir destas actividades, que em muito contribuem para a manutenção e afirmação da identidade cultural deste local.

A olaria em Trás-di-Muntiu, é feita por mulheres e desenvolvida de acordo com técnicas ancestrais de origem africana. Define-se como uma actividade doméstica sazonal, numa economia informal. Realiza-se na época seca e é um modo de subsistência alternativa ou complementar da actividade agrícola. A louça utilitária de cor alaranjada é designada por louça de água (potes, potinhos e moringos), louça de fogo (panelas, bindes e fogareiros), louça de mesa (bandejas, travessas e tigelas), e ainda louça de tingir (pote de “tinguí”). Os motivos decorativos geométricos ou figurativos podem ser em relevo, com aplicações plásticas ou incisos. É através da forma e da decoração das peças que as oleiras conferem a marca da oficina. O figurado, enquanto forma de expressão, assume-se também através de formas antropozoomórficas, reflexo do imaginário popular, tendo por base histórias e mitos.

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