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Natural da ilha de Santiago, nascido na zona de Bastião, Concelho de St.Catarina, António Garcia é tecelão há vários anos. Tendo aprendido a arte de tecelagem com Sabino Teixeira, que foi seu Mestre, António Garcia começou a produzir panaria em 2007. Desde Maio de 2021 que participa na plataforma Voador.

Introduzido em Cabo Verde em meados do séc. XV pelos escravos originários da Guiné, onde a tradição de tecelagem possui uma longa história, o chamado pano de terra, é um tecido que tradicionalmente era feito de algodão em tear manual, sob a forma de  uma faixa longa e estreita de cerca de 180 cm de comprimento e 17 cm de largura, com duas cores predominantes, o branco do algodão e o azul escuro, conferido pela planta Indigofera tinctoria, mais conhecida por tintinha, indigo, anil, anileira, ou erva anil. Em Cabo Verde o uso deste tecido adquiriu um importante significado simbólico, sendo utilizado sobretudo nos funerais e nas cerimonias de pedido de casamento entre outras, onde a presença dos panos era, e ainda hoje é, quase que obrigatória. A produção do pano de terra que quase desapareceu no final do século XVII, acabou por vir a ser recuperada, sobretudo a partir da independência de Cabo Verde em 1975, tendo a sua produção sido mantida presente na cultura do arquipélago. Hoje o pano de terra é por mérito próprio um dos símbolos da identidade cabo-verdiana. 

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